Dia da Criança não é apenas sinónimo de festa, de divertimento e de presentes.
Infelizmente, não é um dia de igualdades. Apesar de umas crianças receberem roupa, outras não têm o que vestir, embora algumas possam ir jantar fora com os seus pais, outras não têm nada para comer. Por isso, faz todo o sentido existir um dia dedicado às crianças, sobretudo para consciencializar as pessoas de que existem (muitas) crianças que se encontram em situações demasiado más e precárias.
Neste dia, pensa-se nas centenas de crianças que têm doenças e não têm meio de combatê-las, naquelas que sofrem de maus-tratos, que são discriminadas, que morrem à fome, …
É um dia que não passa indiferente a ninguém. Porque, a cada minuto que passa, morrem crianças. E, existem centenas que, neste dia, não recebem um beijo, um abraço, um reconforto de ninguém (e tantas outras que recebem tudo e ainda querem mais!).
Quantas crianças não podem aprender? E quantas crianças ficavam felizes por não ir à escola? Tantas desigualdades e injustiças…!
Quem não gosta de ver um sorriso de uma criança? Quem não gosta de a ver brincar, de a ver crescer, de a ver evoluir enquanto pessoa?
Se existem direitos das crianças, porque não se cumprem?
Foi sempre assim em todos os períodos da História. Para passar da teoria à prática, do “dever-ser” para o “já-está”, passaram-se anos, anos e anos… Foi assim com a abolição da escravatura, por exemplo…
E tudo isto porque o ser humano é mesmo assim - lento. Não consegue compreender logo quando erra e, mesmo que saiba que está a errar, tenta sempre não ser descoberto. Defende soluções, mas não as encontra. Sabe as causas dos problemas, mas nunca as tenta evitar. Se for preciso, até comete os mesmos erros feitos por um país há muitos anos atrás…
Enfim, há que tentar dar um sorriso às crianças, um sinal de esperança, fazer com que elas possam ser aquilo que nós não conseguimos ser. Fazê-las crescer com tudo aquilo a quem têm direito. Um beijo para todas elas!
Mariana Ventura Norte.