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sábado, 11 de outubro de 2008

Mudanças...

Olá a todos.
A partir de hoje as crónicas passaram a ser publicadas no novo endereço:



www.tourigo.com/portal/cronicas.php




Obrigado pela atenção,
Equipa TourigOnline

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

IDEIAS SOLTAS - Mentiras…




Ao navegar pelo mundo da Internet, apercebi-me que existe um rol de mentiras que alguns historiadores consideram ser as mais usuais. No entanto, penso que não se deveria estabelecer um número de mentiras (entendidas como as mais frequentes), na medida em que o ser humano, de vez em quando, diz as suas “mentirinhas” e elas são muito variadas. Dependem dos sujeitos, das ocasiões, das necessidades (existem pessoas que encaram a mentira como uma mera necessidade),…

A mentira é, portanto, uma forma de fugir à realidade, fazendo com que a pessoa que a ouve, acredite piamente. A mentira tem de convencer, fazer acreditar e persuadir. Mas por que é que se mente? Por que é que o ser humano procura mentir quando poderia dizer a verdade?
Às vezes dizem que se mente para não magoar, para não ferir alguém. Pergunto: não será pior quando se descobrir que aquilo que aparentava ser uma verdade afinal de contas é a mais pura das mentiras?
Se repararmos as mentiras estão presentes em todo o lado: na política, nos tribunais, na publicidade, em casa, nos relacionamentos com as pessoas,…E agora, surgindo como contraponto, há quem vá a programas para dizer verdades em frente de milhões e milhões de espectadores. Verdades que possivelmente nunca diriam aos seus familiares e, ainda por cima, ganham dinheiro com isso. A lógica é qualquer coisa do género: “diga a verdade, porque é o melhor para si e, como bónus, receba dinheiro”. De facto, alguns portugueses dão a cara por coisas tão inúteis e procuram ser seres humanos à seria só para receberem o tão esperado dinheiro. Talvez acordem todos os dias de manhã e, em vez de pensarem em ajudar o próximo, procurem Euros debaixo do colchão…!

Bem sabemos que viver sem mentiras é quase uma utopia. Mas podemos tentar evitá-las. Se tentássemos ser verdadeiros, haveria mais felicidade, menos desilusões com a descoberta das mentiras e a honestidade existiria de facto. E já agora… acham que mentir é o mesmo que omitir?

Mariana Ventura Norte

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - Todos diferentes, todos iguais


Existem momentos nas nossas vidas que nos fazem pensar e reflectir. Talvez isso aconteça porque surge algo de novo, uma nova pessoa, uma experiência diferente, uma situação nunca vivida…

Damos voltas e voltas à nossa cabeça para que possamos compreender esse novo dado. É diferente de nós. Sentimo-nos confusos, pois não sabemos como lidar ou agir. Mas será que há problemas com a diferença? Serão os Portugueses preconceituosos? Ou será apenas a primeira impressão de conhecer uma condição fora do normal? O que devemos fazer? Aceitar o distinto? Afastar o desigual? Ou procurar a aproximação? Há quem defenda que é bom ser diferente. Se pensassem todos da mesma forma a vida não seria uma autêntica monotonia? Não se passaria o tempo a dizer “sim” a tudo sem ponderar dizer um “não”? Somos todos iguais mas, ao mesmo tempo, todos diferentes. Temos qualidades mas temos um baú repleto de defeitos. O problema é que nem todos sabem lidar com os defeitos, com as irregularidades, com os vícios.

Mas afinal de contas o que é o correcto? Aquilo que a maioria faz? Tudo aquilo que a maioria procura? Como se define o correcto? E o que se pensa ser errado, porque é que se condena logo de imediato? O diálogo ajuda. Se as pessoas conversarem sobre o que pensam e sobre o que as faz serem tão díspares, poderá resultar. Pelo menos, (repito) ajuda. Pode não modificar ambas as partes, mas altera-as ligeiramente. Conhecem-se melhor e sabem até que ponto convergem e divergem. É um exercício para aceitar quem é diferente (de nós). E digo isto porque temos um pouco a tendência para afirmar que a nova realidade é que é diferente de nós. No entanto, quem é que afirma que somos nós os diferentes e não aquele novo dado?

Por tudo isto vos digo: parem quando divergirem, procurem convergir e aceitem-se diferentes porque todos nós o somos e, simultaneamente, somos todos iguais.

Mariana Ventura Norte

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - O Trilho




Surgimos no Mundo indefesos, frágeis, sem conhecer nada. Os nossos pais e restantes familiares auxiliam-nos para que consigamos viver. Ensinam-nos tudo, pois não sabemos nada. Ao princípio parece difícil… Após várias tentativas já sabemos falar, caminhar, comer sem a ajuda de ninguém.

Vamos para a escola, onde aprendemos outras bases que nos são igualmente fundamentais. Paralelamente a tudo isto, vai-se desenhando um caminho, um trilho. É comprido e sabemos que o temos de percorrer.
No entanto, procuramos sempre encontrar caminhos paralelos para atingir o nosso fim. Não se trata de hesitação ou medo em percorrer o trilho que nos é dado. Trata-se sim de casmurrice, de desconfiança, de teimosia.
Quase nunca ouvimos os conselhos sábios e experientes daqueles que nos rodeiam. E eles, muitas vezes, têm toda a razão. Quantos de nós agimos de determinada forma e depois vimos que deveríamos ter feito como os nossos pais disseram? Por que será que menosprezamos os seus conselhos? Conselhos esses de quem sabe, de quem já passou por ali, de quem já viveu aquilo, …
E enquanto analisamos o porquê, logo desenhamos mais caminhos paralelos. Caminhos que achamos serem mais fáceis. Gostamos do alternativo, de inovar e, por outro lado, adoramos dizer que somos capazes de fazer tudo sozinhos. Mas nem sempre somos…
Geralmente, precisamos de alguém para realizar uma ou outra tarefa.
E quando partimos à aventura e começamos a construir trilhos diversos, fazemo-lo com muito ânimo. Achamos que somos audazes e que nada nos irá derrubar. Só que nem sempre somos bem sucedidos. Acabamos por tropeçar em pedras que não estão bem fixas, cair em buracos que deviam estar tapados e percebemos que fizemos asneira ao caminhar sós e sem ouvir quaisquer recomendações (de quem realmente sabia o que estava a dizer). Temos demasiado orgulho e nariz empinado e isso nota-se no caminhar. Queremos mostrar que somos fortes, mas basta iniciarmos o trajecto e já demonstramos sinais de fraqueza.

Ainda assim, há sempre alguém que nos levanta quando estamos caídos e não nos julga. Alguém que já percorreu aquele pedaço do trilho, mas está pronto a fazê-lo de novo, acompanhando-nos.

Mariana Ventura Norte

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - Ubi homo, ibi societas


O Homem sempre viveu em comunidade. Sempre necessitou de outros homens (e eles dele) para poder realizar e satisfazer todas e quaisquer necessidades.
Deste modo, é fácil perceber que existe uma característica que lhe é inerente e da qual não consegue escapar - a sociabilidade.
Assim, o homem é um ser social, que se relaciona com vários sujeitos para poder desempenhar o seu papel e para poder actuar junto da comunidade a que pertence.
Como conseguiria ele viver sem ninguém? Será que se fosse um ser isolado satisfaria as suas necessidades? Como seria a sua vida sem mais ninguém? Até que ponto viver numa comunidade é benéfico para ele?

Já Aristóteles afirmara que “O Homem é por natureza um animal social”. Por um lado parece ter razão, na medida em que este tem uma tendência (natural) para conviver com os outros de forma a satisfazer as suas mais elementares necessidades, sendo que só pela convivência e pala sociabilidade é que consegue realizar-se pessoal e profissionalmente.
Por outro lado, (Aristóteles) quando comparado com John Locke parece não ser dono de toda a verdade, uma vez que Locke defendia que a vida do Homem em sociedade não era natural, mas antes uma espécie de acordo de vontades, a que deu o nome de “contrato social” entre os homens. Haveria, portanto, uma mera troca de interesses?

Será que existiu uma época anterior à vivência do Homem em sociedade, na qual este se encontrou e viveu só? Se sim, como seria a sua vida? Como se realizava?
Surgem sempre tantas dúvidas, tantas perguntas…!
Será que onde estiver o Homem, existirá sociedade (ubi homo, ibi societas)? Ou será que viver em sociedade é apenas uma forma de satisfação, realização e convivência, mas não a única forma de se conseguir isso?

Mariana Ventura Norte

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - Explosão de Assaltos




Ultimamente temos sido confrontados com uma explosão de assaltos, quer a bancos, quer a bombas de gasolina. Por mais que queiramos esquecer um assalto, logo surge outro para nos informar e, ao mesmo tempo, nos alarmar e provocar medo e insegurança.

O segundo passo é mostrar o que ficou do assalto, incluindo filmagens e estragos. Segue-se a crítica que, diga-se de passagem, não é nada mais, nada menos do que uma simples crítica com contornos especulativos.
É assim que o país vive. O país adora falar, falar, falar (então alguns deputados… esses, é que só falam mesmo!).
Para criticar qualquer pessoa está pronta. Condena o acto. Preocupa-se com as vítimas (se as há) e com a quantia que foi roubada.
Porém, esquece-se de actuar. Procurar alternativas. Arranjar soluções.
Este país vive da fala e não dos actos. Há sempre alguém disposto a comentar o sucedido, mas poucos são aqueles que têm soluções, que sabem como se deve agir nestes casos, que medidas devem ser implementadas para combater (ou atenuar) esta vaga de assaltos. Não interessa só teorias ou, pelo menos, as que existem pressupõem fundamento prático e, como bem sabemos, existem muitas que se ficam pela teoria e nunca partem para a prática. Será que alguém as impede de partirem para a realidade? Ou será que as pessoas que as elaboram não têm capacidade para tal ou, por outro lado, não têm contacto suficiente com a realidade para saber como actuar da melhor forma?

Jamais o crime pode compensar o criminoso. Mas neste país, ao que parece, até compensa. Os criminosos conseguem ser mais rápidos e mostram que têm o esquema tão bem planeado que quando a polícia chega ao local, pouco ou nada há a fazer.
Não só falta capacidade de resposta por parte das entidades competentes, como também a elaboração de medidas que se possam (mesmo) pôr em prática, para que esta realidade (que cada vez é maior) tenha os dias contados.

Mariana Ventura Norte


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

IDEIAS SOLTAS - Os (pouco) curiosos




Não há nada como aproveitar os últimos dias de férias e visitar amigos em Viana.

Depois de um farto almoço fomos até um café. Pelo caminho observámos uma frase que alguém resolveu escrever numa parede de uma casa abandonada. Lia-se: “ O povo é tão pouco curioso que nenhum homem sabe mais do que lhe é estritamente necessário”.


Esta frase demonstra claramente a mentalidade de algumas pessoas. Não são curiosos, não se admiram com o que as rodeia, não se interessam por nada. Vivem o seu dia-a-dia repletos de rotinas e não param um segundo para mudar um ou outro aspecto, com o intuito de alterar o seu programa ou planos de vida.

Assim sendo, vivem do básico, meramente daquilo que pensam que é o fundamental e não procuram alargar horizontes. Não buscam mais conhecimento, pois pensam que o que possuem já é suficiente. Sentem-se bem assim, quase na ignorância.

Quem os interroga por tal conduta é facilmente apelidado de “chato”, na medida em que veio perturbar uma maneira de ser tão peculiar.

É claro que se todos procurássemos aumentar os nossos conhecimentos e procurássemos atenuar certos comportamentos, poderíamos viver melhor, não só connosco próprios, mas sobretudo com os outros.

Porém, nem todos pretendem isso, ou pelo menos nada fazem para contribuir para a inversão dessa tendência.

Não se interrogam, não questionam nada à sua volta. Ficam calados, quietos. Parecem não ver, nem ouvir e, às vezes, nem falam. Não têm opiniões formadas, excepto de algum assunto que lhes tenha tocado. Não procuram nada. Esperam que algo surja nas suas vidas. Mas sem dar muito trabalho, nem esforço. Não gostam disso… gostam de paz e calma.


No entanto, esquecem-se que não há curiosidade nem sabedoria se não existir esforço, dedicação, interesse e empenho.

Mariana Ventura Norte

sábado, 23 de agosto de 2008

IDEIAS SOLTAS - Opiniões… quem as não tem?




Há quem defenda que as opiniões só devem ser dadas quando solicitadas. Se ninguém as pede, o melhor é procurar não dá-las. No entanto, a verdade é que o ser humano, no seu dia-a-dia, passa a vida a opinar, mesmo em situações desnecessárias ou inoportunas. Não sei que nome isso terá: se defeito, se feitio… Apenas sei que é algo feito com muita frequência pelas demais pessoas.


A razão ou motivo de tais actos são desconhecidos para mim. Algumas pessoas nem pensam duas vezes. Dizem e pronto. O que disseram está dito. Pensam ter feito o melhor. A sua opinião é dada de acordo com o que pensam e na hora e no momento que pretendem.

Todavia, também existem aqueles (os teimosos) que são os detentores da palavra. Os que, no seu entender, têm sempre razão. A opinião deles nunca muda. É sempre a mesma perante um determinado assunto. São obstinados, pertinazes. Este tipo de pessoas remete-nos para uma frase de Marcel Achard, actor e comediógrafo francês, que um dia escreveu: “Um homem que nunca muda de opinião, em vez de demonstrar a qualidade da sua opinião demonstra a pouca qualidade da sua mente”. E não terá razão? Quem tem sempre a mesma opinião e não admite que por vezes os outros poderão ter uma opinião diferente mas também ela correcta, apenas revela que é uma pessoa fraca em pensamento.


Devemos ter a cabeça e os olhos bem abertos, tendo em conta diferentes perspectivas, pontos de vista, opiniões, mas saber admitir que nem sempre estamos certos é bem complicado para alguns. Por isso, deixemo-nos de individualismos e, para uma próxima discussão ou conversa entre amigos, lembremo-nos de aceitar os outros e as suas ideias. Se não a nossa mente mostrar-se-á vazia, teimosa e com pouca (ou nenhuma) qualidade.

Mariana Ventura Norte


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

IDEIAS SOLTAS - Uma das melhores coisas da vida



Quando se fala do grande armário que é a família, surgem variadíssimas gavetas que a compõem. Entre elas surge a gaveta dos avós, dos tios, dos afilhados, …

Fecham-se as gavetas, pois não é altura de falar em todas. Apenas uma permanece aberta, à espera de ser falada (e merece!) - é a gaveta dos primos. Vem recheada de cumplicidade, boa-disposição, carinho, muitas gargalhadas e brincadeiras sem fim. Quem nunca se divertiu com nenhum primo que atire a primeira pedra!


Pessoalmente, admiro muito esta categoria, na medida em que os primos conseguem ser ao mesmo tempo família e amigos. Por um lado, dão-nos bons momentos de diversão, excelentes conversas, ouvem, dizem, desabafam e aconselham. E, por outro, podem estar um pouco distantes mas não os perdemos. São nossos. Sangue do nosso sangue. Têm aquele orgulho em nos pertencer de certo modo (alguns fazem mesmo parte de nós pelo que não imaginamos a nossa vida sem eles) e nunca põem de parte a cumplicidade que fascina tudo e todos.

São seguramente uma categoria especial e privilegiada, pois conseguem desempenhar ambos os papéis na perfeição!

Outra coisa que me fascina é o facto de se poder estar meses e meses sem que os primos se vejam mas, uma vez reencontrados, a magia volta. Parece que o tempo parou. Permaneceu tudo igual desde a última vez que se viram, que se falaram.

É bom ser-se primo de alguém, mas é ainda melhor ter um primo! Claro que não se pode ter, sem se ser. Todavia, ter um primo (fantástico) dá aquele orgulho e aquela admiração que só quem tem o consegue perceber. Quem não tem ou quem ainda não provou desta magia espero bem que o faça. Primos todos têm (nem que sejam bem afastados!). Há que os procurar e comprovar que esta é uma gaveta fundamental para o armário. Uma das mais belas que ele possui.


Procuro o meu armário. Abro a gaveta que contém uma etiqueta onde se lê “primos”. Abro-a. Saltam imensos primos. Todos estendem as mãos. A alegria instala-se. Já vejo o brilho nos olhos. Alguns já só falam por meias palavras (nem é preciso mais, compreendemo-nos bem assim). Querem pôr a conversa em dia, partilhar experiências, partir à aventura. Uns gritam “diversão”, outros “gargalhadas”. Não há tempo a perder. Quero estar com eles e dizer um a um que são muito importantes e no final do dia, vou fechar a gaveta (a sete chaves) pois não quero que estes laços se percam. Nunca, nunca!



Mariana Ventura Norte