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sexta-feira, 28 de março de 2008

IDEIAS SOLTAS - Quem é que não a quer?




Nestes dias de tempo incerto, acompanhado de frio e de chuva, em que a felicidade teima em esconder-se, surgem algumas dúvidas quanto à sua presença nas nossas vidas. Será a felicidade eterna? Haverá mesmo felicidade? Por que é que por vezes não a alcançamos?

Quando se fala nela, as opiniões divergem. Uns afirmam que não existe felicidade, outros que o dinheiro não traz felicidade e depois há aqueles que andam felicíssimos, os sortudos!

No entanto, todos têm plena noção de que a felicidade é abrangente (pois provêm de gestos simples, como um sorriso, um abraço ou de situações mais complexas, como um aumento de um salário ou uma descida do preço dos produtos) e também, muito subjectiva, na medida em que o que torna uma pessoa feliz não é, decerto, o que torna outra pessoa feliz.

Por vezes, fazemos planos, traçamos projectos, tudo para a alcançar e, quando a temos, deixamo-la escapar. A felicidade, se não for bem tratada, foge, escorrega, vai-se embora.

A felicidade é um estado permanente que não parece ter sido feito, aqui na terra, para o homem” (Rousseau). E, pensando bem, tem razão. Aqui na terra, nada se mantém constante. Tudo muda, tudo se transforma, remodela, transfigura. E por quê? Porque tudo à nossa volta modifica-se e, é impossível que essas mudanças não nos afectem.

A felicidade consegue-se, adquire-se. E, faz a ligação entre aquilo que queremos e aquilo que realmente conseguimos alcançar. Sem ela, os dias ficam monótonos, cinzentos…


Mariana Ventura Norte

sexta-feira, 21 de março de 2008

IDEIAS SOLTAS - Obstáculos da vida

Surgem quando menos esperamos. Muitas vezes nem queremos acreditar. Há ainda quem os tente ignorar. Mas eles estão lá, e teimam em permanecer nas nossas vidas até que arranjemos forma de os derrubar. São imprevisíveis, inoportunos, aborrecidos e nunca chegam com prazo de acabar. Enfim… dão-nos verdadeiras dores de cabeça e ainda conseguem trazer com eles toda a dor e tristeza que possa existir.

“Obstáculos? Isso só acontece aos outros ou àqueles que não prestam atenção aos seus actos!”-dizemos. Esta frase, comummente mencionada, está errada. Os obstáculos da vida também acontecessem a quem toma precauções. Quando surgem, pensamos sempre que não os conseguiremos resolver. No entanto, se não tentarmos fazer nada, a dor será maior e eles continuarão lá até que façamos alguma coisa.
A vida prega-nos sempre partidas. Partidas essas, que nos deixam arrasados, derrubados, sem saber o caminho ou o rumo a seguir. Esperança e esforço achamos que não temos, mas vamos sempre buscá-las a amigos ou à família. Sei que são difíceis de resolver ou contornar, mas nunca devemos desistir. Devemos sempre lutar na ânsia de um futuro melhor.

Afinal de contas, a vida na sua magnífica variedade e multiplicidade, vai-nos oferecendo desafios/novas situações para as quais nunca estamos preparados e no fim, quando os pesadelos terminam, sentimo-nos bem pois a missão foi cumprida e ultrapassada.

Mariana Ventura Norte

sábado, 15 de março de 2008

IDEIAS SOLTAS - A pena que se contradiz

Quando se fala nela muitas sensibilidades se movem. Uns concordam que seja aplicada outros são plenamente contra. Por vezes momentânea e indolor, a pena de morte é aplicada de uma forma cruel, desumana e sem piedade. Esta pena é aplicada a todos aqueles que cometeram um crime considerado pelo Estado como algo grave e justo de ser punido com a morte. Por um lado, alguns defendem esta prática, já que, os seus familiares, amigos ou conhecidos foram assassinados e, a melhor forma para acabar com essa violência é a aplicar a pena de morte (é comum ouvir-se a expressão “ Para grandes males, grandes remédios”).

Compreendo o lado destas pessoas pois a dor de perder alguém que nos é muito querido é por vezes inexplicável e só aqueles que a sentem se apercebem da verdadeira dimensão de perder alguém. Mas será que para o grande mal que é matar, a justiça deve passar por um grande remédio que é a morte? Deverá o criminoso morrer assim que respirar o gás mortífero, receber a injecção letal ou quando lhe é atada a corda ao pescoço? Assim seria fazer com que um criminoso que fez sofrer muitas pessoas tivesse um castigo pouco sofredor e apenas momentâneo. Além do mais, esta pena assenta no princípio da contradição, já que é crime sempre que se mata alguém.

Ora, se a pessoa que cometeu o crime por ter morto alguém vai ser condenado à morte, também vai existir um crime contra o criminoso pois este vai ser igualmente morto. Por outras palavras, se aquele que é condenado à pena de morte, é condenado por ter cometido um crime, então, aceitarmos que a pessoa seja condenada, é também aceitar a prática de outro crime. Deste modo, a pena de prisão perpétua surge como solução a este dois lados da questão, na medida em que, o criminoso fica privado da sua liberdade (tal como acabou com a liberdade da vítima) num local fechado, sem contacto com o exterior, sofrendo lentamente (até ao resto da sua vida) e a sociedade, que é composta por todos nós, fica liberta de um elemento nefasto. Tal como dizia Abraham Lincoln, antigo presidente dos Estados Unidos, “Aqueles que negam liberdade aos outros não a merecem para si mesmos” e, tirar a liberdade ao ser humano é acabar com ele lentamente, pois sem liberdade ninguém consegue viver.

Assim, quer seja rápida ou lenta, indolor ou bastante dolorosa, a pena de morte não só mata o criminoso como mata o principal direito de todos nós: o direito à vida. E, pior que isso: é irrevogável!
Mariana Ventura Norte