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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - Todos diferentes, todos iguais


Existem momentos nas nossas vidas que nos fazem pensar e reflectir. Talvez isso aconteça porque surge algo de novo, uma nova pessoa, uma experiência diferente, uma situação nunca vivida…

Damos voltas e voltas à nossa cabeça para que possamos compreender esse novo dado. É diferente de nós. Sentimo-nos confusos, pois não sabemos como lidar ou agir. Mas será que há problemas com a diferença? Serão os Portugueses preconceituosos? Ou será apenas a primeira impressão de conhecer uma condição fora do normal? O que devemos fazer? Aceitar o distinto? Afastar o desigual? Ou procurar a aproximação? Há quem defenda que é bom ser diferente. Se pensassem todos da mesma forma a vida não seria uma autêntica monotonia? Não se passaria o tempo a dizer “sim” a tudo sem ponderar dizer um “não”? Somos todos iguais mas, ao mesmo tempo, todos diferentes. Temos qualidades mas temos um baú repleto de defeitos. O problema é que nem todos sabem lidar com os defeitos, com as irregularidades, com os vícios.

Mas afinal de contas o que é o correcto? Aquilo que a maioria faz? Tudo aquilo que a maioria procura? Como se define o correcto? E o que se pensa ser errado, porque é que se condena logo de imediato? O diálogo ajuda. Se as pessoas conversarem sobre o que pensam e sobre o que as faz serem tão díspares, poderá resultar. Pelo menos, (repito) ajuda. Pode não modificar ambas as partes, mas altera-as ligeiramente. Conhecem-se melhor e sabem até que ponto convergem e divergem. É um exercício para aceitar quem é diferente (de nós). E digo isto porque temos um pouco a tendência para afirmar que a nova realidade é que é diferente de nós. No entanto, quem é que afirma que somos nós os diferentes e não aquele novo dado?

Por tudo isto vos digo: parem quando divergirem, procurem convergir e aceitem-se diferentes porque todos nós o somos e, simultaneamente, somos todos iguais.

Mariana Ventura Norte

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - O Trilho




Surgimos no Mundo indefesos, frágeis, sem conhecer nada. Os nossos pais e restantes familiares auxiliam-nos para que consigamos viver. Ensinam-nos tudo, pois não sabemos nada. Ao princípio parece difícil… Após várias tentativas já sabemos falar, caminhar, comer sem a ajuda de ninguém.

Vamos para a escola, onde aprendemos outras bases que nos são igualmente fundamentais. Paralelamente a tudo isto, vai-se desenhando um caminho, um trilho. É comprido e sabemos que o temos de percorrer.
No entanto, procuramos sempre encontrar caminhos paralelos para atingir o nosso fim. Não se trata de hesitação ou medo em percorrer o trilho que nos é dado. Trata-se sim de casmurrice, de desconfiança, de teimosia.
Quase nunca ouvimos os conselhos sábios e experientes daqueles que nos rodeiam. E eles, muitas vezes, têm toda a razão. Quantos de nós agimos de determinada forma e depois vimos que deveríamos ter feito como os nossos pais disseram? Por que será que menosprezamos os seus conselhos? Conselhos esses de quem sabe, de quem já passou por ali, de quem já viveu aquilo, …
E enquanto analisamos o porquê, logo desenhamos mais caminhos paralelos. Caminhos que achamos serem mais fáceis. Gostamos do alternativo, de inovar e, por outro lado, adoramos dizer que somos capazes de fazer tudo sozinhos. Mas nem sempre somos…
Geralmente, precisamos de alguém para realizar uma ou outra tarefa.
E quando partimos à aventura e começamos a construir trilhos diversos, fazemo-lo com muito ânimo. Achamos que somos audazes e que nada nos irá derrubar. Só que nem sempre somos bem sucedidos. Acabamos por tropeçar em pedras que não estão bem fixas, cair em buracos que deviam estar tapados e percebemos que fizemos asneira ao caminhar sós e sem ouvir quaisquer recomendações (de quem realmente sabia o que estava a dizer). Temos demasiado orgulho e nariz empinado e isso nota-se no caminhar. Queremos mostrar que somos fortes, mas basta iniciarmos o trajecto e já demonstramos sinais de fraqueza.

Ainda assim, há sempre alguém que nos levanta quando estamos caídos e não nos julga. Alguém que já percorreu aquele pedaço do trilho, mas está pronto a fazê-lo de novo, acompanhando-nos.

Mariana Ventura Norte

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - Ubi homo, ibi societas


O Homem sempre viveu em comunidade. Sempre necessitou de outros homens (e eles dele) para poder realizar e satisfazer todas e quaisquer necessidades.
Deste modo, é fácil perceber que existe uma característica que lhe é inerente e da qual não consegue escapar - a sociabilidade.
Assim, o homem é um ser social, que se relaciona com vários sujeitos para poder desempenhar o seu papel e para poder actuar junto da comunidade a que pertence.
Como conseguiria ele viver sem ninguém? Será que se fosse um ser isolado satisfaria as suas necessidades? Como seria a sua vida sem mais ninguém? Até que ponto viver numa comunidade é benéfico para ele?

Já Aristóteles afirmara que “O Homem é por natureza um animal social”. Por um lado parece ter razão, na medida em que este tem uma tendência (natural) para conviver com os outros de forma a satisfazer as suas mais elementares necessidades, sendo que só pela convivência e pala sociabilidade é que consegue realizar-se pessoal e profissionalmente.
Por outro lado, (Aristóteles) quando comparado com John Locke parece não ser dono de toda a verdade, uma vez que Locke defendia que a vida do Homem em sociedade não era natural, mas antes uma espécie de acordo de vontades, a que deu o nome de “contrato social” entre os homens. Haveria, portanto, uma mera troca de interesses?

Será que existiu uma época anterior à vivência do Homem em sociedade, na qual este se encontrou e viveu só? Se sim, como seria a sua vida? Como se realizava?
Surgem sempre tantas dúvidas, tantas perguntas…!
Será que onde estiver o Homem, existirá sociedade (ubi homo, ibi societas)? Ou será que viver em sociedade é apenas uma forma de satisfação, realização e convivência, mas não a única forma de se conseguir isso?

Mariana Ventura Norte

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - Explosão de Assaltos




Ultimamente temos sido confrontados com uma explosão de assaltos, quer a bancos, quer a bombas de gasolina. Por mais que queiramos esquecer um assalto, logo surge outro para nos informar e, ao mesmo tempo, nos alarmar e provocar medo e insegurança.

O segundo passo é mostrar o que ficou do assalto, incluindo filmagens e estragos. Segue-se a crítica que, diga-se de passagem, não é nada mais, nada menos do que uma simples crítica com contornos especulativos.
É assim que o país vive. O país adora falar, falar, falar (então alguns deputados… esses, é que só falam mesmo!).
Para criticar qualquer pessoa está pronta. Condena o acto. Preocupa-se com as vítimas (se as há) e com a quantia que foi roubada.
Porém, esquece-se de actuar. Procurar alternativas. Arranjar soluções.
Este país vive da fala e não dos actos. Há sempre alguém disposto a comentar o sucedido, mas poucos são aqueles que têm soluções, que sabem como se deve agir nestes casos, que medidas devem ser implementadas para combater (ou atenuar) esta vaga de assaltos. Não interessa só teorias ou, pelo menos, as que existem pressupõem fundamento prático e, como bem sabemos, existem muitas que se ficam pela teoria e nunca partem para a prática. Será que alguém as impede de partirem para a realidade? Ou será que as pessoas que as elaboram não têm capacidade para tal ou, por outro lado, não têm contacto suficiente com a realidade para saber como actuar da melhor forma?

Jamais o crime pode compensar o criminoso. Mas neste país, ao que parece, até compensa. Os criminosos conseguem ser mais rápidos e mostram que têm o esquema tão bem planeado que quando a polícia chega ao local, pouco ou nada há a fazer.
Não só falta capacidade de resposta por parte das entidades competentes, como também a elaboração de medidas que se possam (mesmo) pôr em prática, para que esta realidade (que cada vez é maior) tenha os dias contados.

Mariana Ventura Norte