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sexta-feira, 19 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - O Trilho




Surgimos no Mundo indefesos, frágeis, sem conhecer nada. Os nossos pais e restantes familiares auxiliam-nos para que consigamos viver. Ensinam-nos tudo, pois não sabemos nada. Ao princípio parece difícil… Após várias tentativas já sabemos falar, caminhar, comer sem a ajuda de ninguém.

Vamos para a escola, onde aprendemos outras bases que nos são igualmente fundamentais. Paralelamente a tudo isto, vai-se desenhando um caminho, um trilho. É comprido e sabemos que o temos de percorrer.
No entanto, procuramos sempre encontrar caminhos paralelos para atingir o nosso fim. Não se trata de hesitação ou medo em percorrer o trilho que nos é dado. Trata-se sim de casmurrice, de desconfiança, de teimosia.
Quase nunca ouvimos os conselhos sábios e experientes daqueles que nos rodeiam. E eles, muitas vezes, têm toda a razão. Quantos de nós agimos de determinada forma e depois vimos que deveríamos ter feito como os nossos pais disseram? Por que será que menosprezamos os seus conselhos? Conselhos esses de quem sabe, de quem já passou por ali, de quem já viveu aquilo, …
E enquanto analisamos o porquê, logo desenhamos mais caminhos paralelos. Caminhos que achamos serem mais fáceis. Gostamos do alternativo, de inovar e, por outro lado, adoramos dizer que somos capazes de fazer tudo sozinhos. Mas nem sempre somos…
Geralmente, precisamos de alguém para realizar uma ou outra tarefa.
E quando partimos à aventura e começamos a construir trilhos diversos, fazemo-lo com muito ânimo. Achamos que somos audazes e que nada nos irá derrubar. Só que nem sempre somos bem sucedidos. Acabamos por tropeçar em pedras que não estão bem fixas, cair em buracos que deviam estar tapados e percebemos que fizemos asneira ao caminhar sós e sem ouvir quaisquer recomendações (de quem realmente sabia o que estava a dizer). Temos demasiado orgulho e nariz empinado e isso nota-se no caminhar. Queremos mostrar que somos fortes, mas basta iniciarmos o trajecto e já demonstramos sinais de fraqueza.

Ainda assim, há sempre alguém que nos levanta quando estamos caídos e não nos julga. Alguém que já percorreu aquele pedaço do trilho, mas está pronto a fazê-lo de novo, acompanhando-nos.

Mariana Ventura Norte

6 comentários:

Anónimo disse...

Mariana, o que disseste tem muita verdade. Por vezes, queremos pisar a linha sobre a qual fomos avisados, espreitar nos abismos...Mas será mesmo errado tomarmos riscos na vida? Ou deveremos seguir sempre o caminho mais viável? Talvez seja melhor para nós, como indívíduos, passar pelo mesmo que outros, matar a curiosidade que se sente ao olhar para o outro trilho onde o comboio se despenhou.
Acredito que seja necessário passar por certas experiências, sejam negativas ou positivas, recomendadas ou censuradas, para termos um conhecimento maior da vida,uma prova. Certas experiências fortificam-nos, criam defesas para o futuro.
Mas, claramente, outros caminhos, mais que provados como sendo destrutivos, são testados pelas pessoas por rebeldia, por casmurrice. E podem acabar mesmo por destruir completamente uma, ou várias, vidas.
(foi um bocadinho grande xD)parabéns Mariana :)gosto muito! escreves mesmo bem!para a semana tou aqui para te comentar outra vez xD
beijinhos grandes :)
ass: Ana Maf

Anónimo disse...

Mariana:
É tão bom ler um texto como o que escreveste, porque me leva a acreditar no futuro, vendo que ainda há jovens com a cabeça muito limpa de complexos e com a humildade de acharem que os pais devem ser ouvidos nos caminhos a trilhar. Mas (há sempre um mas), devo-te lembrar que nem todos têm a sorte de ter uns pais como tu, em quem se pode confiar cegamente no seu bom senso, no seu carácter, na forma de distinguir o trilho certo do errado. Acontece que no mundo que vivemos muitos pais não têm qualquer preparação para guiar os filhos. Esses muitas vezes terão de seguir o seu próprio caminho ou ter o discernimento para escolher alguém que os aconselhe, o que não é nada fácil.
Rubi

Anónimo disse...

Olá Mariana!!!
Primeiro peço desculpa porque tenho lido as cronicas e não as tenho comentado como disse que iria fazer!!!
Mas esta vi-me obrigado a faze-lo poque todos nós passamos por essas situações. Dizem-nos o caminho melhor, ou o que pensam ser melhor, pois já viveram mais que nós, já viram outros cair em erros, etc...
E nós deveria-mos (quase!?!) sempre seguir os seus concelhos.
Eu escrevi quase porque também é bom termos a nossa liberdade de escolha, de achar o que é bom e mau para nós. Mas por vezes com esta liberdade fazemos escolhas erradas, chegamos a uma rua sem saida, e por vezes não sabemos como voltar atras, e é nesses momentos que queremos que os nossos pais vão ter comnosco e nos levem de volta a estrada que não deveriamos ter saido.

Anónimo disse...

Entre tentivas e erros, sucessos e insucessos, acabamos sempre por dar passos fundamentais, e por vezes, é preciso "dar um passo atrás para mais tarde dar dois em frente". Este é o segredo: perceber quando temos que avançar e qual a melhor altura, porque a queda é certa e todos acabam por caír. O que nos distingue é a capacidade de nos erguermos e continuar no trilho. Apesar de não gostar muito do político, deixo-te um poema de um grande poeta que é Manuel Alegre, que dá para compreeder o porquê de também sermos nós os principais responsáveis pelo caminho que seguimos, enfrentando por vezes aqueles que ás vezes estão mais próximos:

"Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
(...)
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
(...)
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
(...)
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não".

bjs

Anónimo disse...

A vida às vezes é uma estrada tortuosa que temos de percorrer. Surgem momentos de indecisão e a escolha é difícil. Mas é nos trilhos da vida que aprendemos a crescer e a caminhar em frente.
Excelente reflexão para uma menina da tua idade!

Anónimo disse...

concordo plenamente. apesar de os nossos pais estarem sempre a dar-nos os melhores conselhos, nós temos sempre a mania de q as nossas decisoes e planos sao melhores. e a melhor parte é q, por regra, da proxima vez fazemos a mesma coisa pq nos custa admitir q os nossos pais (aqueles rabugentos q tao la sempre a dar-nos nas orelhas) têm razão. ainda bem q esses pais (aqueles q tao la sempre para nos apoiar e dar força, q sofrem connosco e q vivem as nossas alegrias e tristezas quase tao intensamente como nós) estão lá para nos apoiar. pq, como dizes, apesar de ja terem percorrido o caminho, não se importam em "fazê-lo de novo, acompanhando-nos".
ainda bem q eles tao sempre por perto :P
beijinhos*