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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

IDEIAS SOLTAS - Ubi homo, ibi societas


O Homem sempre viveu em comunidade. Sempre necessitou de outros homens (e eles dele) para poder realizar e satisfazer todas e quaisquer necessidades.
Deste modo, é fácil perceber que existe uma característica que lhe é inerente e da qual não consegue escapar - a sociabilidade.
Assim, o homem é um ser social, que se relaciona com vários sujeitos para poder desempenhar o seu papel e para poder actuar junto da comunidade a que pertence.
Como conseguiria ele viver sem ninguém? Será que se fosse um ser isolado satisfaria as suas necessidades? Como seria a sua vida sem mais ninguém? Até que ponto viver numa comunidade é benéfico para ele?

Já Aristóteles afirmara que “O Homem é por natureza um animal social”. Por um lado parece ter razão, na medida em que este tem uma tendência (natural) para conviver com os outros de forma a satisfazer as suas mais elementares necessidades, sendo que só pela convivência e pala sociabilidade é que consegue realizar-se pessoal e profissionalmente.
Por outro lado, (Aristóteles) quando comparado com John Locke parece não ser dono de toda a verdade, uma vez que Locke defendia que a vida do Homem em sociedade não era natural, mas antes uma espécie de acordo de vontades, a que deu o nome de “contrato social” entre os homens. Haveria, portanto, uma mera troca de interesses?

Será que existiu uma época anterior à vivência do Homem em sociedade, na qual este se encontrou e viveu só? Se sim, como seria a sua vida? Como se realizava?
Surgem sempre tantas dúvidas, tantas perguntas…!
Será que onde estiver o Homem, existirá sociedade (ubi homo, ibi societas)? Ou será que viver em sociedade é apenas uma forma de satisfação, realização e convivência, mas não a única forma de se conseguir isso?

Mariana Ventura Norte

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu acho que viver em sociedade não é o único meio de atingir a realização pessoal e ate profissional, como tu referiste, e, por isso, atingir também a felicidade (porque, uma vez realizados, sentimo-nos felizes). Porém, se um ser humano, isolado, tivesse ao seu alcance tudo o que precisasse para se sentir realizado (a todos os níveis), e não o pudesse partilhar com alguém, senão pudesse partilhar a sua semi-felicidade com outro ser humano (que também teria uma parte de felicidade para partilhar), não se sentiria feliz de todo. E não só neste aspecto, pois o Homem precisa partilhar o que tem e o que não tem, pensamentos, sentimentos, perspectivas de vida, alegrias e tristezas... Enfim, a Vida.

Acho, pois, que todo o ser humano precisa de viver em sociedade, de forma a poder aprender e ensinar a Vida de várias formas :) :)

(siiim, porque eu venho aqui ler os teus textos :P)
bjinho e parabéns!**
adoro-te ^^

Anónimo disse...

Mariana:
Excelente texto fruto de um estudo bem assimilado sobre o sempre difícil tema do individualismo versus sociabilidade. Na realidade, também acho que em tempos o Homem foi mais individualista que hoje, evoluindo para uma maior preocupação com o bem comum, o interesse público. Acontece que o avançar da tecnologia (meios de transporte e meios de comunicação) foi tornando o mundo cada vez mais pequeno, aproximando mais as pessoas, fazendo com que haja mais preocupação com a sociedade e os seus problemas.
Contudo, a sociabilidade, segundo alguns cépticos, pode acarretar perigos que estão bem patentes nos dias de hoje. Como consequência disso, alguém disse que embora haja muita coisa má neste mundo, a pior delas ainda é a sociedade. Não é nova esta interpretação, pois o próprio Voltaire (ilustre sociável) há muito dizia que “a terra está coberta de pessoas que não merecem que se lhes fale”.
Apesar de tudo, eu ainda acho que vale a pena lutar para elevar os valores sociais tornando o mundo mais digno e menos injusto, procurando incutir esses devidos valores, quanto mais não seja, no nosso âmbito familiar e no nosso círculo de amigos.
Parabéns pelo tema.
Rubi

Anónimo disse...

Na batalha dos moinhos de vento, Dom Quixote e Sancho Pança chegaram a um local onde havia trinta ou quarenta moinhos de vento. Dom Quixote disse a Sancho Pança que havia dezenas de míseros gigantes que ele ia combater. Sancho pediu para Dom Quixote observar melhor, pois não eram gigantes e simplesmente moinhos de vento. Dom Quixote aproximou dos moinhos e com o pensamento no seu amor, Dulcineia de Toboso, á qual dedicava sua aventura, arremeteu, de lança em riste, contra o primeiro moinho. O vento ficou mais forte e lançou o cavaleiro para longe. Sancho socorreu-o e reafirmou que eram apenas moinhos. Dom Quixote, respondeu que era Frestão, quem tinha transformado os gigantes em moinhos.... A história continua mas o que concluimos é que mesmo na adversidade, sozinhos nada conseguimos fazer. A união faz a força e essa força vem da nossa presença em sociedade, para o bem e para o mal, para a luta ou para o amor. Mas como em tudo na vida, nem tudo acontece em sociedade, e daí os nossos pequenos segredos. Como diziam os latinos "de nobis ipsis silemus" ou seja, sobre nós próprios guardaremos silêncio. Beijos

Anónimo disse...

Excelente tema para reflectir.
Eu penso que os sers humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade humana.
Uma pessoa que se isola numa ilha, porque lá tem alimentos suficientes para o seu sustento, não estará bem. Será triste e sentirá a falta de alguém.Precisamos de uma sociedade organizada, para que todos vivam satisfatoriamente.Uma sociedade justa, onde todas as pessoas possam ter oportunidades e aproveitá-las.Benefícios e encargos distribuídoss. Direitos respeitados e deveres assumidos. Responsabilidades e limites, na medida certa.
Bjhs

Anónimo disse...

Gostaria de ver o Pedro Ventura,que certamente é seu familiar a escrever esta cronica e não apenas a comentar.Ele é genuino e sabe o que escreve.
Contudo Mariana podes continuar. Abraço.

Anónimo disse...

é um tema q dá pano para mangas... e a crónica mais "profunda" q ja escreveste :P
acho q a socialização é uma condição indispensável para a realização pessoal. as relações entre os homens chegaram a um nivel de interdependencia tal q nao é possivel ser-se «homem» sem s ser «social». talvez o tenha sido possível ha milhares de anos quando a nossa espécie nao passava de meia duzia de macacos com mutações. hoje, nao é possivel. é inconcebivel a vida de um ser humano sem a partilha das experiencias e emoçoes por q ja passou.

e pronto, apos 3 semanas a pensar no assunto, la conseguir dizer o q penso :P
excelente texto ;)
beijinho*