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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

IDEIAS SOLTAS - Os (pouco) curiosos




Não há nada como aproveitar os últimos dias de férias e visitar amigos em Viana.

Depois de um farto almoço fomos até um café. Pelo caminho observámos uma frase que alguém resolveu escrever numa parede de uma casa abandonada. Lia-se: “ O povo é tão pouco curioso que nenhum homem sabe mais do que lhe é estritamente necessário”.


Esta frase demonstra claramente a mentalidade de algumas pessoas. Não são curiosos, não se admiram com o que as rodeia, não se interessam por nada. Vivem o seu dia-a-dia repletos de rotinas e não param um segundo para mudar um ou outro aspecto, com o intuito de alterar o seu programa ou planos de vida.

Assim sendo, vivem do básico, meramente daquilo que pensam que é o fundamental e não procuram alargar horizontes. Não buscam mais conhecimento, pois pensam que o que possuem já é suficiente. Sentem-se bem assim, quase na ignorância.

Quem os interroga por tal conduta é facilmente apelidado de “chato”, na medida em que veio perturbar uma maneira de ser tão peculiar.

É claro que se todos procurássemos aumentar os nossos conhecimentos e procurássemos atenuar certos comportamentos, poderíamos viver melhor, não só connosco próprios, mas sobretudo com os outros.

Porém, nem todos pretendem isso, ou pelo menos nada fazem para contribuir para a inversão dessa tendência.

Não se interrogam, não questionam nada à sua volta. Ficam calados, quietos. Parecem não ver, nem ouvir e, às vezes, nem falam. Não têm opiniões formadas, excepto de algum assunto que lhes tenha tocado. Não procuram nada. Esperam que algo surja nas suas vidas. Mas sem dar muito trabalho, nem esforço. Não gostam disso… gostam de paz e calma.


No entanto, esquecem-se que não há curiosidade nem sabedoria se não existir esforço, dedicação, interesse e empenho.

Mariana Ventura Norte

10 comentários:

AnAndrade disse...

A curiosidade é a essência do querer-saber, da inquietude, da fome de conhecimento.
Chatos?! Seremos. (Para) sempre.
Obrigada por isso.

Anónimo disse...

obrigada por seres tao "chata" Mary :P

espero que te divirtas tanto com a Patsa como eu me diverti :D

bjinho**

Anónimo disse...

Mariana:
Tens toda a razão. Quem não for curioso não evolui, direi mesmo que a curiosidade é a mãe de todo o conhecimento. Ninguém se deve incomodar se lhe chamarem curioso a não ser que se ultrapasse o limite do eticamente correcto que é o não se intrometer na privacidade dos outros.
Bom tema, bem escrito.
Rubi

Anónimo disse...

Um dos grandes filósofos da Grécia Antiga foi Sócrates e também ele procurava incansavelmente o conhecimento, sendo também um grande "curioso". Ele pautava a sua vida no conhecimento adquirido e procurava poetas, políticos, artistas e outros, chegando à conclusão que nenhuma delas era totalmente sábia mas todas no seu conjunto constituíam uma fonte de sabedoria. Num dos seus discursos mais conhecidos, Sócrates manifesta-se abismado e diz que muitos clamam que sabem a verdade sem estarem cientes da sua ignorância. Por outro lado, o próprio Sócrates afirmou "Só sei que nada sei". O nosso "Sócrates" não é tão humilde para admitir isto mas enfim, isto sou só eu a dar a "ferroada" :) Já agora, no próximo fim-de-semana, se vierem a Lisboa, aproveitem e vão à Festa do Avante!, um local onde se pode observar várias "curiosidades" :) :)

Anónimo disse...

Leonardo da Vinci e Albert Einstein foram exemplos de curiosos de mão cheia e o produto final desta curiosidade promoveu mudanças significativas na vida de todos nós.Quando acaba a curiosidade a pessoa estagna.
Gostei muito do tema escolhido.

Anónimo disse...

Agora com esta fizeste-me pensar. É verdade que sem ambição e esforço não se atinge o conhecimento. Mas será assim tão mau viver na ignorãncia?
É uma questão de perspectiva, como tudo. Alguém que é feliz com uma existência simples e pacífica não precisa de ter conhecimento da guerra na Geórgia, no Iraque ou Afeganistão ou de uma notícia qualquer dos jornais que "venda bem". Este tipo de pessoa, na minha opinião, tem o privilégio de ser feliz por causa de um dia de sol, em vez de se importar excessivamente com o reconhecimento social que advém de não ser "chato" e estar a par das notícias. Em relação a isto, sinto muita empatia com o poema da ceifeira de Fernando Pessoa, que aconselho...

Exagerei no tamanho mas deixei-me levar, continua a colocar as tuas opiniões estou a gostar de ver ;)

Anónimo disse...

tens toda a razao. infelizmente!
uma máxima popular diz q "ignorancia é felicidade". e parece q muitos gostam de cumprir esse requisito...
mas a curiosidade não deve ser confundida com coscuvelhice: uma coisa é querermos saber mais para melhorarmos algo em nos ou na nossa vida, outra é metermo-nos na vida dos outros.
beijinhos*

Anónimo disse...

e dispensar o confortável encosto à sombra da bananeira?? Nem pensar Mariana... as pessoas andam demasiadamente ocupadas para tal acto de insanidade...lol
Claro que a vida perde a piada quando simplesmente deixamos de a questionar...
Aliás...muitas vezes, o abafar da curiosidade reflecte um medo terrível de viver...na plenitude do acto...Mas enfim... valerá apena questionar isso;)( e isto foi mesmo uma graçola!)

Mafalda disse...

Olá Mariana! Já tenho passado por aqui e tenho "lido" algumas das tuas ideias - sem dúvida interessantes e curiosas!Acho bonita a forma como as partilhas connosco... Continua a pensar alto e a fazer-nos pensar.

Beijinho, ana

Anónimo disse...

A curiosidade traz a sabedoria, dado que leva à pesquisa e à obtensão de algumas respostas...
Foi segundo esta lógica que tudo tem vindo a sofrer uma evolução...
Existem pessoas que se acomodam e isso é típico do povo português, mas felismente nem todos são assim...

Beijos!
Helder