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sábado, 15 de março de 2008

IDEIAS SOLTAS - A pena que se contradiz

Quando se fala nela muitas sensibilidades se movem. Uns concordam que seja aplicada outros são plenamente contra. Por vezes momentânea e indolor, a pena de morte é aplicada de uma forma cruel, desumana e sem piedade. Esta pena é aplicada a todos aqueles que cometeram um crime considerado pelo Estado como algo grave e justo de ser punido com a morte. Por um lado, alguns defendem esta prática, já que, os seus familiares, amigos ou conhecidos foram assassinados e, a melhor forma para acabar com essa violência é a aplicar a pena de morte (é comum ouvir-se a expressão “ Para grandes males, grandes remédios”).

Compreendo o lado destas pessoas pois a dor de perder alguém que nos é muito querido é por vezes inexplicável e só aqueles que a sentem se apercebem da verdadeira dimensão de perder alguém. Mas será que para o grande mal que é matar, a justiça deve passar por um grande remédio que é a morte? Deverá o criminoso morrer assim que respirar o gás mortífero, receber a injecção letal ou quando lhe é atada a corda ao pescoço? Assim seria fazer com que um criminoso que fez sofrer muitas pessoas tivesse um castigo pouco sofredor e apenas momentâneo. Além do mais, esta pena assenta no princípio da contradição, já que é crime sempre que se mata alguém.

Ora, se a pessoa que cometeu o crime por ter morto alguém vai ser condenado à morte, também vai existir um crime contra o criminoso pois este vai ser igualmente morto. Por outras palavras, se aquele que é condenado à pena de morte, é condenado por ter cometido um crime, então, aceitarmos que a pessoa seja condenada, é também aceitar a prática de outro crime. Deste modo, a pena de prisão perpétua surge como solução a este dois lados da questão, na medida em que, o criminoso fica privado da sua liberdade (tal como acabou com a liberdade da vítima) num local fechado, sem contacto com o exterior, sofrendo lentamente (até ao resto da sua vida) e a sociedade, que é composta por todos nós, fica liberta de um elemento nefasto. Tal como dizia Abraham Lincoln, antigo presidente dos Estados Unidos, “Aqueles que negam liberdade aos outros não a merecem para si mesmos” e, tirar a liberdade ao ser humano é acabar com ele lentamente, pois sem liberdade ninguém consegue viver.

Assim, quer seja rápida ou lenta, indolor ou bastante dolorosa, a pena de morte não só mata o criminoso como mata o principal direito de todos nós: o direito à vida. E, pior que isso: é irrevogável!
Mariana Ventura Norte

16 comentários:

Bruno Santos disse...

Olá Mariana.
Antes de mais parabéns pela rúbrica, e claro pelos textos.
Cumps

Bruno Santos disse...

É sem dúvida a velha questão de quem tem o direito de acabar com a vida de uma pessoa?
Aplicar a pena de morte a alguém digno de tal pratica, por vezes, acaba por ser, para a mesma, a solução mais 'confortável'; sendo que quase nada vai sofrer comparado com os familiares e amigos da vítima(s) que vêm o seu mundo cair por terra. Vale a pena pensar nisto.

marciorrsantos@gmail.com disse...

Olá :)

No início desta nova rubrica, queria apenas desejar também os meus parabéns à Mariana.
Quanto ao texto, deixo para mais tarde uma reflexão.

Um abraço.

Anónimo disse...

"violência gera violência" A pena de morte não é a solução para o fim da criminalidade. Se assim fosse, nos países onde a pena de morte ainda é aplicada, existiria menos criminalidade! mas isso não acontece...
Adorei a tua rúbrica, e tens razao, a prisão perpétua é a mlehor solução! pior que uma morte rapida é uma "morte" lenta que os crimonosos têm ao,lhe tirarem a liberdade.

bjinhs e parabens

Anónimo disse...

ola mariana... primeiro quero felicitar-te pelo texto e por teres conseguido encontrar um "espacinho" onde possas publicar os teus pensamentos :)
e tambem concordo contigo no que diz respeito a pena de morte uma vez que ninguem tem o direito de se julgar superior a alguem ao ponto de lhe tirar a vida so porque esse alguem ja o fez. Dessa forma, desceriamos ao mesmo nivel ou mais baixo ainda que o proprio assassino.
continua assim =) beijinhos

Anónimo disse...

Parabéns pela reflexão.
Gosto sempre de conhecer a opinião dos outros. Força! Nunca desistas de dizer o que sentes!
Beijoca mafaneves

Anónimo disse...

muito bem Marianinha:)
gostei muito do que escreveste!Além do que disseste há ainda outra coisa que é bastante importante,nem sempre aquele que julgamos ser culpado o é...dou-vos um conselho vejam o filme "inocente ou culpado",este filme se calhar fez mudar um pouco a minha maneira de pensar acerca deste assunto...
beijinho
Carina

Anónimo disse...

QUERO-TE FELICITAR POR TODOS OS TEUS TEXTOS E POR TERES CONSEGUIDO UM ESPAÇO TEU!!!! EU GOSTO DOS TEUS TEXTOS PORQUE POEM A CABEÇA A PENSAR SOBRE COISAS VULGARES QUE SE CALHAR NEM DÁ-MOS MUITA IMPORTÂNCIA!!!! EM RELAÇÃO À PENA DE MORTE ...É UMA PENA MUITO POLÉMICA QUE NOS INTERROGA SOBRE SE É OU NÃO JUSTO UM INDIVIDUO MORRER APESAR DE TER FEITO AS MAIORES BARBARIDADES ... SE CALHAR UMA PENA PERPÉTUA DE TRABALHOS DUROS SERAI MAIS ÚTIL À SOCIEDADE MAS ... DEPENDE MUITO DAS MENTALIDADES DE CADA POVO!!!
BJS E PARABÉNS!

Anónimo disse...

"Segue o que sentes"
Força prima ;) bjos

Anónimo disse...

Olá Mariana,

Ver que o que escreves é o pretexto para uma boa partilha de ideias num "encontro de amigos" faz com que os teus textos ganhem ainda mais VIDA : parabéns !

beijo,
Paulo

PS: aos dinamizadores (com todo o sentido da palavra) deste site que permitem que as ideias "se soltem" também deixo os meus parabéns

Anónimo disse...

Parabéns pelo teu texto (por estes e pelos outros que já escreveste e que ainda vais escrever)! Sabes que os adoro!
Quero tb felicitar os responsáveis pelo site e por aceitarem os texto desta menina. Posso vos garantir que nunca se vão desiludir!
Bjinhos Patsa

Anónimo disse...

Parabéns Mariana !
Cada vez estás melhor :)

Um beijinho grande,
Fraga.

Anónimo disse...

Lincoln foi assassinado por um convicto militante da causa do Sul dos EUA. Apesar do que ele disse, no fim da guerra defendeu a pena de morte, ou seja, o poder está revestido de contradições e esta é uma delas. "É mais fácil negociar com um falcão do que com uma pomba" (antigo provérbio hebreu sobre a guerra) :)

Anónimo disse...

aqui vou ser clara...
para mim a máxima: " a minha liberdade termina quando começa a do outro" prevalece acima de tudo, logo ja entenderam a minha opinião.

red ballon *

Anónimo disse...

Mariana,
O tema é complexo demais para ser debatido em espaço tão pequeno. No entanto, admirei o modo como argumentaste a defesa do teu ponto de vista e dar-te os parabéns por escreveres tão bem.
Rubi

Anónimo disse...

(resolvi comentar esta, era a unica q ainda nao tinha comentado :P)
de facto, ninguém tem o direito de acabar com a vida. acabar com a vida não é castigo suficiente para os condenados a quem essa pena é aplicada. Além de ser irrevogável, é insuficiente. Uma vida de miséria, tortura e trabalhos forçados em prol dos que prejudicou seria, isso sim, um optimo castigo. Nem que se fosse contra a Carta dos Direitos Humanos. Mal por mal, a pena de morte também nao a respeita, né...?
parabéns pelo texto
beijinhos