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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

IDEIAS SOLTAS - Educações Trocadas

“A educação visa melhorar a natureza do homem o que nem sempre é aceite pelo interessado”. Não poderia estar mais de acordo com esta citação de Carlos Drummond; até porque, por estes dias, presenciei duas situações tão díspares que comprovaram esta mesma frase.


Estava numa esplanada e um homem chegou com o seu Terranova. Pediu um café e uma água. Pensei que estaria à espera de alguém. Estava enganada. A água era para o cão. Foi educado a beber por uma garrafa e a sentar-se calmamente numa esplanada. Quem passava, olhava para ele e não resistia a acariciá-lo um pouco. Fiquei fascinada com tudo aquilo que se pode ensinar a um cão; mas sobretudo com a capacidade que um animal tem em aprender e absorver determinados conhecimentos.


Por outro lado, também me deparei com uma criança que vinha no metro a falar num tom muito elevado e com um vocabulário que impressionava as pessoas que viajavam nesse meio de transporte. Vinha acompanhado pela avó, pela qual não tinha o mínimo respeito (talvez a senhora nunca se tenha dado ao respeito também…).

Fazia autênticas acrobacias no metro, pendurando-se nos ferros onde as pessoas se seguravam. Todos estavam perplexos com tal atitude e comportamento.

A criança, que não teria mais do que 8 anos, apenas exclamava num tom irónico e abusador: “Está tudo controlado”.

O problema é que não estava mesmo. Acabou por atingir com os seus pés algumas pessoas, tendo um senhor chamado à atenção da sua avó para o facto de o seu neto não se saber conter e controlar junto de pessoas. A avó nem sabia o que dizer. Ordenou que se sentasse, ordem que foi desrespeitada pelo seu neto sem a mínima hesitação. Demonstrou desconhecer termos como “educação” e “respeito”, isto é, a educação não foi aceite pelo interessado.


É inacreditável como um cão consegue estar tão calmo e ser tão bem educado como um humano e um humano não consegue ser ele próprio, revelando ter atitudes de um autêntico animal. Estarão as educações trocadas?

Mariana Ventura Norte

7 comentários:

Anónimo disse...

ola =)
essas educações tão completamente trocadas. é vergonhoso q um cao se comporte melhor num sitio publico q uma criança. eu tb ando de metro quase todos os dias (em dias de aulas) e de vez em quando tb assisto a gritantes faltas de educação. nunca me tinha lembrado de comparar esses comportamentos com os de um animal, mas é uma boa ideia. o q não é tao boa é a conclusão a q s chega: q há pessoas com comportamentos muito piores q as de um animal =S
beijinhos*

AnAndrade disse...

Completamente. Ou talvez não...
Tenho todo o orgulho na educação da minha cadela (sim, a eterna Petra) mas deparo-me mais vezes do que queria com as faltas de educação de canídeos de amigos meus, pessoas extraordinárias mas pouco versadas na arte (porque disso se trata) de bem educar.
O mesmo se passa com os seres humanos, estes menos dados aos prazeres da obediência (quase) cega. Estou convicta de que todos podemos ser educados. Claro que depende em muito da nossa apetência para tal. Mas dependerá muito mais das capacidades de quem se dispõe a educar.
Nem todos podemos ser médicos, físicos nucleares, astronautas, cabeleireiros, carpinteiros, contabilistas.
Do mesmo modo, nem todos nascemos para ser (bons) educadores...

Anónimo disse...

Eu penso que é tudo uma questão de educação.Actualmente saber educar é quase um dom e poucos o sabem fazer.Infelizmente todos os dias me deparo com situações de má educação e falta de civismo.Ainda hoje quando passeava de carro, verifiquei que da carrinha que seguia à minha frente um adulto atirou para a berma da estrada uma garrafa de água vazia...
Beijinhos.

Anónimo disse...

Mariana:
É verdade que uma boa educação depende muito do educando, mas, como diz a Anandrade, depende ainda mais do educador. Custa-me um pouco estar a comparar a adestração dos animais (já vi pessoas a entrarem com cães na igreja) com a educação das pessoas, uma vez que se trata de coisas totalmente diferentes, dado que uns reagem simplesmente por instintos e outros com a razão. Contudo, estou plenamente de acordo que o comportamento de uma grande parte das pessoas, desde as crianças aos adultos, revela um assustador deficit educativo e isso é preocupante.
Rubi

Anónimo disse...

:) grande tema... Educar é por si só uma tarefa ardua e talvez ingrata... tenta-se o melhor, mas os resultados dependem também do individuo alvo dessa educação...
Porém, muitas das vezes o que se verifica é a "não necessidade de educar"...é mais cómodo deixar as crianças às suas vontades, aos seus caprichos, aos seus gritos de chamada de atenção...
Ouve-se por aí..."eu não consigo que o meu filho..." eu não sei fazer com que o meu filho..." Não! Apenas não param, não escutam, não investem tempo de qualidade nos filhos...e daí...o resultado está à vista de todos...
Já um cão.... ora bolas Mariana... um filho pode sentar-se no chão do café...mas o cão não pode sentar-se na cadeira...Lol...vale a pena pensar nisso ;)

Anónimo disse...

É...
Afinal, qual é o animal racional e qual é o irracional?

Anónimo disse...

Cada qual tem a educação que lhe dão... Ao que parece o cão teve uma educação mais rígida,enquanto que a criança não! Dado que nõ teve uma educação muito severa, agora faz o que lhe apetece e onde lhe apetece sem que as repreensões tenham qualquer efeito...
É mau lidar com pessoas mal educadas mas pronto...
Beijinhos Helder!