Ultimamente temos sido confrontados com uma explosão de assaltos, quer a bancos, quer a bombas de gasolina. Por mais que queiramos esquecer um assalto, logo surge outro para nos informar e, ao mesmo tempo, nos alarmar e provocar medo e insegurança.
O segundo passo é mostrar o que ficou do assalto, incluindo filmagens e estragos. Segue-se a crítica que, diga-se de passagem, não é nada mais, nada menos do que uma simples crítica com contornos especulativos.
É assim que o país vive. O país adora falar, falar, falar (então alguns deputados… esses, é que só falam mesmo!).
Para criticar qualquer pessoa está pronta. Condena o acto. Preocupa-se com as vítimas (se as há) e com a quantia que foi roubada.
Porém, esquece-se de actuar. Procurar alternativas. Arranjar soluções.
Este país vive da fala e não dos actos. Há sempre alguém disposto a comentar o sucedido, mas poucos são aqueles que têm soluções, que sabem como se deve agir nestes casos, que medidas devem ser implementadas para combater (ou atenuar) esta vaga de assaltos. Não interessa só teorias ou, pelo menos, as que existem pressupõem fundamento prático e, como bem sabemos, existem muitas que se ficam pela teoria e nunca partem para a prática. Será que alguém as impede de partirem para a realidade? Ou será que as pessoas que as elaboram não têm capacidade para tal ou, por outro lado, não têm contacto suficiente com a realidade para saber como actuar da melhor forma?
Jamais o crime pode compensar o criminoso. Mas neste país, ao que parece, até compensa. Os criminosos conseguem ser mais rápidos e mostram que têm o esquema tão bem planeado que quando a polícia chega ao local, pouco ou nada há a fazer.
Não só falta capacidade de resposta por parte das entidades competentes, como também a elaboração de medidas que se possam (mesmo) pôr em prática, para que esta realidade (que cada vez é maior) tenha os dias contados.
Mariana Ventura Norte
5 comentários:
Mariana:
Lembro-me de um assalto a um banco, no tempo do "salazarismo", que, pelo ineditismo, foi notícia que fez correr mundo. Na época, tudo o que se fazia de mal era por motivos políticos. Os asaltantes até chegavam a ser louvados pelas façanhas. Agora, democraticamente, tornou-se uma rotina. As pessoas assustam-se, sentem-se inseguras, mas vão-se habituando a ter conhecimento dos assaltos e vão-se interrogando: hoje quantos bancos, ATM's, estabelecimentos foram assaltados?
Não é fácil contrariar a imaginação dessa gente. Cada medida posta em prática para os parar, é logo por eles contornada com outro modelo mais requintado. Os filmes, os telejornais, a internet tudo lhes servr de inspiração.
Será que esta luta contra o crime pode vir a ter algum sucesso?
Rubi
é verdade q temos assistido a uma vaga de assaltos sem precedentes. mas nao é tao verdade q nao se faça nada. o destaque dado pela comunicaçao social é q é diferente. vou dar um exemplo: ha uns meses, um segurança da discoteca "bela cruz" no porto foi assassinado a porta do establecimento. a noticia foi capa de todos os jornais no dia seguinte. 2 meses depois um suspeito por essa morte foi capturado pela pj. o "destak", um jornal gratuito e q tinha feito capa com a morte do segurança, deu a essa captura 16 palavras de importancia (sim, eu contei-as! :P).
obviamente q é melhor evitar os assaltos e os homicidios do q depois apanhar quem os praticou. e as medidas a tomar devem ser nesse sentido (neste aspecto junto-me as pessoas q falam sem apresentar propostas mas tenho a desculpa de nao ser politico nem ter experiencia neste tipo de assuntos). mas salva-se ao menos o trabalho da policia. engraçado como a comunicaçao social dá tanta importancia ao "trabalho" dos "maus" e tao pouca ao trabalho (agora sem aspas) dos "bons"...
parabéns pelo texto, está digno de uma verdadeira "rentrée" politica :P
beijinhos*
Também concordo com o Pedro Tavares sobre o tratamento que se dá a este tema. Um caso concreto é a situação dos EUA em que tem diminuido o crime violento mas a cobertura que é dado ao tema pelas televisões é tão intenso que a população fica sempre com a impressão que vive no fio da navalha.Todos devemos estar muito atentos porque são estes passos que nos conduzem ao que alguns já designam de "Estado Policial". O Orwell tinha, com fundamento, grandes receios sobre este tipo de sociedade.....
Mariana:
Passei por aqui só mesmo para ler a tua crónica,que já é um hábito adquirido, aliás um bom hábito.
E como concordo com o que foi dito não vou acrescentar nada mais.
Continua a soltar as tuas ideias.
Bjhs
Realmente é vergonhoso esta vaga de assaltos... Existe a sensação de impunidade a quem os pratica e por essa e mais razões os assaltos multiplicam-se a cada dia que passa... Somos "bombardeados" com a listagem de assaltos da semana ou do dia anterior... Numa civilização civilizada isto nunca deveria acontecer...
É triste!
Beijos!
Helder
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