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sexta-feira, 4 de julho de 2008

IDEIAS SOLTAS - Lições de vida aprendidas num hospital





1 hora e 10 minutos. Foi o tempo que bastou para que tudo ficasse esclarecido de uma vez por todas. Foi um tempo muito bem aproveitado onde cada minuto foi crucial para percebermos a realidade e os que nos rodeiam.

“Às vezes, só passando por determinadas situações é que se compreende tudo aquilo que uma pessoa está a passar”-disse. Ainda que seja correcto o que disse, a verdade é que muitas vezes nos esquecemos disso. Continuamos a acreditar em pessoas que muitas vezes não merecem qualquer tipo de confiança e deixamos para trás os amigos verdadeiros, aqueles que, em qualquer altura e aconteça o que acontecer, estarão lá. Sem desculpas ou hesitações, correrão para nos apoiar. Não terão medo de ir e não terão pressa em nos deixar. Esta foi uma das lições que aprendeu.
Mas há mais: aprendeu a dar valor ao que tem. Quantas vezes achamos que aquilo que temos é pouco? Que não nos irá satisfazer? Pois bem, ele percebeu que o mais importante não é a quantidade de coisas que tem, mas sim o valor que dá a elas. Cresceu muito nestes dias. A vida parece diferente. Digamos que se adaptou a uma nova realidade. Agora compreende melhor o que é sofrer, estar triste, só, meio perdido e impotente. Palavras que acabaram por sair da boca dele durante a nossa conversa.

Muitas vezes, preocupamo-nos com coisas tão banais como tirar sangue. Mas qual é o mal? Há pessoas que são picadas tantas vezes por dia! E agora ele sabe que não custa. É apenas mais um dos receios ocos que abala milhares de pessoas.
É triste estar-se deitado, quase sem se poder mexer. Por mais visitas que se tenha, a solidão parece não querer ir embora. O silêncio faz pensar. E pensou tanto nestes dias que tenho a certeza que agora vai ser uma pessoa mais confiante, perspicaz e (ainda) mais lutadora. A certa altura, atrevi-me a dizer que parecia-mos dois velhos a falar. Interrompeu-me de imediato e chamou-me à razão. Disse que éramos apenas dois jovens que encaravam a vida de outra forma. E eu acrescento: dois jovens que vêm a vida de uma forma belíssima onde a futilidade e o ser-se oco não têm lugar, ocupando, desta forma, a “sinceridade”, a “capacidade de reflectir”, o “ir mais além” e o “aprender com os obstáculos da vida” os primeiros lugares no caminho da vida.

Termino desejando-te tudo de bom e, como disse, não estou preocupada contigo. És e continuarás a ser um grande lutador. Por isso, venha quem vier e com eles os obstáculos mais incríveis e difíceis que eu estou certa que os irás ultrapassar, porque tens muita força de vontade e amigos (não ocos) que te rodeiam. Obrigada pela conversa de uma hora e dez minutos.

Mariana Ventura Norte


12 comentários:

Anónimo disse...

Gostei mt desta crónica :)

E sei tbm q a pessoa a qem te referes na cronica te esta mt grata por tudo q fizeste por ela!

Revelaste ser uma pessoa espectacular e com qem se pode contar a 100 %

Acredita q ajudaste mto essa pessoa e q nos momentos dificeis tu tornaste-os faceis .

Eu sei do q estou a falar pq tbm la estive ...

Aqeles 6 dias serviram.lhe de liçao, disso estou certo, mas estou ainda mais certo q ele tirou outra grande liçao: quem sao os seus verdadeiros amigos !

E numa coisa podes ter a certeza, tu estas nesses amgs pq a coisa mais importante q ele descobriu nesse hospital foi a tua amizade !

Obrigado por tudo :)
BEIJO ENORME *

Anónimo disse...

Foram os piores 6 dias da mnh vida e da dele tmb !

Dps d tudo o q vimos e sentimos naqele hospital era impossivel sairmos d la iguais.

Ele agr sb d facto qem sao os seus verdadeiros amigos!
Pq e' nestes momentos q s dstinguem as vdds amizades.

Tu, cm outros, mostraste q vais tar la para ele smp :) e era disso q ele precisava..

bjO
[obrigada por td o apoio]

Anónimo disse...

Todos os dias recebemos lições de vida, umas mais intensas, outras mais claras e outras ainda mais passageiras. O que determina a aprendizagem será sempre o local e a situação que se atravessa. Por isso, nascimento e morte são episódios marcantes para todos. Estiveste mais atenta no episódio do hospital, o local onde tudo começa e tudo acaba. Como escreveste, iniciou-se algo novo, e em vez de seres curada de uma doença, o "hospital" ajudou-te a reforçar uma amizade, a tratar dela e a fazer com que ela rebente com as próprias barreiras. Por vezes temos que ir "ao hospital" para saber o estado das nossas amizades. Também elas precisam que, periodicamente, se faça um "check-up" :)

Anónimo disse...

Às vezes faz-nos bem depararmo-nos com certas dificuldades para valorizarmos aquilo que temos...
As dificuldades que surgem ao longo da vida, sejam profissionais, pessoais...servem para nos mostrarem um outro lado, melhor ou pior, mas mostram-nos sempre um lado diferente; revelando as nossas capacidades, as forças ou fraquezas que nem sabiamos que existiam e, fundamentalmente, revelando a verdadeira amizade.
Nunca duvides que o verdadeiro amigo é aquele que se revela quando o nosso mundo parece já nem girar...e por vezes amigos de um minuto, são amigos de uma vida inteira, porque nos deram a mão e estiveram lá...para nós!

Anónimo disse...

Pode até ser falta de originalidade, mas não posso concordar mais com a Lúcia... De forma sucinta explicou bem o que também eu acho...

Quanto ao texto, acho que é um dos melhores mesmo, está profundo e claro.
Felicidades para ti (e também para a pessoa referida no texto)!!
<3
adoro-te!

Anónimo disse...

Mariana:
Embora totalmente fora do contexto da história e do teu grupo, o texto só é susceptível de ser comentado na abrangência com que o podemos encarar. Nunca é demais o podermos acentuar que os amigos só se conhecem verdadeiramente nas horas difíceis e, pelos vistos, deste mais uma prova disso. Outra coisa não seria de esperar de ti.
Rubi

Anónimo disse...

tb tou fora do contexto da historia. mas nunca é demais realçar q é nos momentos + duros q s sabe quem sao os amigos. e q cada experiencia dessas nos faz mudar sempre a nossa maneira de ver a vida.
as melhoras para o teu amigo ;)

Anónimo disse...

"...Um amigo é alguém
com quem se está bem
...É alguém que pensa em ti
quando não estás aqui
Alguém que bate com os dedos na madeira
quando tu tens de fazer coisas difíceis
Um amigo ouve
o que tu dizes
e tenta compreender
o que não sabes dizer...
Nunca se está realmente só
quando se tem um amigo."

O teu amigo não esteve só, porque tu estiveste sempre ao seu lado e ajudaste-o. Tu e os outros amigos. Continuem assim e as melhoras para o teu amigo.
Diverte-te muito nessa linda terra que é o Tourigo.
Beijinhos!

Anónimo disse...

É em momentos como este que aprendemos a dar valor ao que temos e que nos apercebemos que muitas vezes aquilo que achamos que nos faz falta afinal nao passa de algo despensável.
Mas uma coisa é certa, em qualquer momento precisamos sempre de um bom amigo, e são nestes momentos que podemos ver quem são os verdadeiros amigos: aqueles que estão lá a qualquer hora do dia e que não nos deixam de ir visitar. Acredito que, tal como tu disseste, tanto ele como tu, como as pessoas que lidaram esses 6 dias de angústia cresceram muito.

Mais uma vez, parabéns pelo brilhante texto.
Bjinhos para ti e para a pessoa referida no texto
Patsa

Anónimo disse...

Ir ver um amigo a um hospital a um ambiente infeliz é mau, dado que nunca será aquele local, o mais desejado para encontros... O ambiente dos hospitais é muito pesado...
É aqui que (também) se vêm os melhores amigos, aqueles que se preocupam realmente connosco... São estes aqueles com que podemos contar! E parece que a marianinha fez uma boa missão!

Beijos Helder!

Anónimo disse...

os amigos sao para essas mesmas situaçoes. estarem presentes nos bons e maus momentos, para nos fazer rir e sobretudo dar força.

Beijinho :)

Anónimo disse...

Eu achu que tudo o que está escrito no textu se encaixa perfeitamente na vida real de qualquer pessoa.. e que se deve tirar uma liçao d vida desse texto: sera que quem nos pensamos é mesmo nosso amigo e depois deixa- mos os verdadeiros amigos de fora de qualquer que seja a nossa situaçao...

Bj'Z