Não há nada como aproveitar os últimos dias de férias e visitar amigos em Viana.
Depois de um farto almoço fomos até um café. Pelo caminho observámos uma frase que alguém resolveu escrever numa parede de uma casa abandonada. Lia-se: “ O povo é tão pouco curioso que nenhum homem sabe mais do que lhe é estritamente necessário”.
Esta frase demonstra claramente a mentalidade de algumas pessoas. Não são curiosos, não se admiram com o que as rodeia, não se interessam por nada. Vivem o seu dia-a-dia repletos de rotinas e não param um segundo para mudar um ou outro aspecto, com o intuito de alterar o seu programa ou planos de vida.
Assim sendo, vivem do básico, meramente daquilo que pensam que é o fundamental e não procuram alargar horizontes. Não buscam mais conhecimento, pois pensam que o que possuem já é suficiente. Sentem-se bem assim, quase na ignorância.
Quem os interroga por tal conduta é facilmente apelidado de “chato”, na medida em que veio perturbar uma maneira de ser tão peculiar.
É claro que se todos procurássemos aumentar os nossos conhecimentos e procurássemos atenuar certos comportamentos, poderíamos viver melhor, não só connosco próprios, mas sobretudo com os outros.
Porém, nem todos pretendem isso, ou pelo menos nada fazem para contribuir para a inversão dessa tendência.
Não se interrogam, não questionam nada à sua volta. Ficam calados, quietos. Parecem não ver, nem ouvir e, às vezes, nem falam. Não têm opiniões formadas, excepto de algum assunto que lhes tenha tocado. Não procuram nada. Esperam que algo surja nas suas vidas. Mas sem dar muito trabalho, nem esforço. Não gostam disso… gostam de paz e calma.
No entanto, esquecem-se que não há curiosidade nem sabedoria se não existir esforço, dedicação, interesse e empenho.
Mariana Ventura Norte