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sexta-feira, 4 de abril de 2008

IDEIAS SOLTAS -Pobreza Mental

ola


Para muitas pessoas, esta é, a última (e a talvez a única) forma de viver, onde o imperativo é comprar.

Aprendemos a comprar aquilo de que realmente precisamos, mas acabamos sempre por comprar tudo aquilo que realmente não precisamos. Fomos ensinados a viver com o indispensável, mas vivemos com aquilo que se pode dispensar. Sabemos que não temos muito dinheiro, mas queremos sempre ostentar que o temos. No fundo, quase que vivemos para nos iludirmos, para nos enganarmos, para fugir à realidade e também para sermos aceites num grupo onde a futilidade é o pré-requisito.

Com as nossas atitudes, damos vida a palavras como “aparência”, “falsidade” e “inutilidade”.
Vestimos só roupa de marca (alguns até são escravos da marca X), compramos algo porque os amigos têm e as nossas conversas tornam-se vazias, sem fundamento.

Esquecemos o mais importante. Prestamos atenção ao acessório e a tudo o que é insignificante.
Será que apenas nos interessa a popularidade? Ou será que o mais importante é sermos nós próprios sem adereços? Se seguirmos este caminho da ambição, o que será de nós, no futuro? Seremos felizes? Será que as pessoas que têm esta pobreza mental estão felizes?

No meio de tantas perguntas, importa ressalvar que, a meu ver, este tipo de pobreza é a pior de todas, porque não nasce connosco, mas somos nós que, através das nossas escolhas e das nossas atitudes, a alimentamos e, quando olhamos para trás, vemos que perdemos toda uma vida rica em carinho, afecto e amizade e compreendemos que este tipo de vida poderá não ter retrocesso…

Mariana Ventura Norte  

17 comentários:

Anónimo disse...

Nós vivemos numa "sociedade de consumo"... Este termo é propício ao excesso de consumo, levando a que a sociedade se torne cada vez mais mundana...Infelizmente estes actos não tornarão a sociedade melhor, bem pelo contrário...
Continuas a escrever muito bem e felicidades...
Beijinhos e fica bem!

Anónimo disse...

Mariana:
Escrevo no singular, mas somos duas pessoas que te lemos e comentamos em conjunto. Penso que escolheste um excelente tema, muito actual, e cada vez mais preocupante. Não podendo ter a veleidade de procurar quantificar as pessoas que vivem essencialmente para o aparente e o fútil, acho que a percentagem é realmente elevada com tendência a piorar drasticamente. Acredito profundamente que escreves com o coração e não de forma hipócrita, como muitos cronistas da nossa "praça".
Só te recomendo que guardes religiosamente aquilo que escreves para, quando fores mais velha e, porventura, sentires na consciência que algo se está a desviar na tua linha de pensamento,
ires ao baú buscar essas crónicas para voltares a colocar tudo no caminho correcto que é esse que tão bem nos soubeste transmitir.
Continua a dar a todos lições como a que acabas de dar e a aproveitar o belo dom que tens de escrever.
Rubi

Anónimo disse...

infelizmente essa "pobreza mental" provem de um maior problema- o da perda de valores de uma sociedade constantemente estimulada a consumir. e é lamentavel que a amizade e os afectos sejam esquecidos...
beijinhos

Anónimo disse...

Muito bem Marianinha=)
Mais uma vez um óptimo texto,uma óptima reflexão..
Parabéns!
beijinho

Anónimo disse...

parabens minha qerida!! mais uma vez um texto sentido e brilhante... tens toda a razao... neste mundo cada vez mais criativo e inovador, as pessoas procuram, cada vez mais, a felicidade em coisas materiais que, na realidade, se pensarmos todos bem (antes ou depois de as adquirirmos) vemos q essa felicidade é apenas momentanea... muitas vezes, as coisas perdem a sua utilidade por vermos q afinal nao sao assim tao importantes... e o pior é que nos esqecemos do que nos traz a verdadeira felicidade: as coisas mais simples da vida, por incrivel q pareça...
adoru.te muito!! beijinhos :)
Sara

Anónimo disse...

Pois é Mariana,vivemos actualmente numa sociedade muito consumista,em que proliferam as aparentes benesses e as pessoas são estimuladas a consumir.E cada vez mais!
Parabéns pelo texto que alerta para um tema muito actual.
Beijinhos.Até sábado!

Bruno Santos disse...

Fútil!
Esta palavra está constantemente no nosso dia-a-dia. Por mais que as pessoas digam o contrário, nós somos sempre fúteis em relação algo, mas uns destacam-se porque deixam que isso lhes ocupe a cabeça e torne isso o seu "emprego/ocupação".
Quando estamos perante uma conversa de pessoas com este "síndrome" notamos, que se a conversa fugir do seu campo sentem-se quase como desempregadas daquilo que é a sua vida, dia-a-dia, a futilidade.

Mais um óptimo texto.
Parabéns

Anónimo disse...

Mais uma vez, escolheste um tema que tem muito que se lhe diga...
Dinheiro, aparência são dois dos conceitos que deviam ser secundários mas são, na verdade, os principais. O dinheiro e a beleza podem não ter nada a ver um com o outro, mas se pensarmos bem: estão intimamente ligados e são indispensáveis para que uma pessoa seja bem vista na sociedade. As pessoas bonitas têm maneira de conseguir dinheiro e as pessoas ricas têm meios para chegar à beleza. Infelizmente está, cada vez mais, a ser esquecida a verdadeira beleza: a beleza interior. É cada vez mais difícil encontrar uma pessoa RICA em BELEZA INTERIOR! Onde é que o mundo vai parar? O que vai ser do futuro? Só o tempo dirá... Mas concerteza, o caminho que o Homem escolheu não é o o que conduz ao melhor futuro para a Humanidade.

Parabénsm Mary :)
Um beijinho*

Anónimo disse...

Concordo com o que escreveste Mariana. Este é um grave problema da nossa sociedade, consumista por defeito e seguidora de práticas luxuosas das quais já não se consegue separar.
Continua a expressar livremente as tuas ideias ;) beijos

Anónimo disse...

Muitas vezes a sociedade em geral nem se apercebe da ideia de ridículo que existe em cada um de nós. Refiro-me mais propriamente ao facto de querermos parecer aquilo que realmente não somos, tudo isto porque aquilo a que realmente damos valor e a que a nossa sociedade nos leva a dar valor é à aparência, algo que deveria ser minimamente insignificante. Encontramo-nos inseridos numa sociedde em que para termos um emprego (um trabalho para a maioria,- e esta é outra questão...)a aparência (o que vestimos e o que não vestimos, o que temos e o que não temos) é o requisito número UM para termos direito a um cargo, sendo que aquilo a que deveríamos, realmente, dar valor máximo era a capacidade que cada indivíduo tem para ocupar certo cargo. (não vanos mais longe: vejamos como exemplo a situaçao dos ciganos que nao sao aceites para trabalha na sociedade "comum" - não têm "muito" dinheiro, roubam, vestem-se mal, vivem mal, nao sao de "boas-famílias", "cheiram mal" - mas isto é caracteristico deles, ou pelo menos é aquilo que nos é transmitido a respeito deles; é o modo de viver próprio deles)~
Quanto tempo mais obreviveremos a esta pobreza mental que nos afecta a todos??
Além de outros tantos problemas, existe um que afecta todas as pessoas em geral: o consumismo. Não quer dizer que todostenhamos a culpa reunida apenas em nós, mas a vedade é que, nós, consumidores somos o alvo atingido pela publicidade que se nos apresenta de várias maneiras, sob vários suportes e de todos os "cantos".

Anónimo disse...

Mariana:

O TER e o SER são muitas vezes erradamente confundidos nesta sociedade de consumo que valoriza o aspecto material em detrimento dos valores.

Tens toda a razão... há gente escrava de marcas e apesar de as poder comprar, muitas vezes endividando-se até ao extremo, não consegue SER Feliz, apesar de o querer aparentar...


Saibamos ter ... mas sobretudo ser boas pessoas neste quotidiano tentador que valoriza demais o lado material.

Gostei muito da tua reflexão.


Beijinhos.

Inês

Anónimo disse...

ola prima :)

continuas a escrever mesmo bem, continua assim :P

beijinho*

Valerie disse...

O imperativo comprar rege na historia, não é de agora nem tão cedo há de terminar. Percebemos, se remontarmos ao Barroco época de esplendor, fantasia, teatralidade e toda uma falsidade onde o parecer se sobrepunha ao ser. É como hoje de certo modo, à excepção de que antes se aparentava e se deslumbravam os teatros e as óperas, agora deslumbram-se os magníficos telemóveis ( penhorados pelos professores, motivos de confrontos físicos ), a melhor roupa e toda uma superficialidade que não ultrapassa o saber.
A razão humana deixou de importar, a procura da verdade deixou quase de existir, as pessoas são cada vez mais um alvo fácil, contentam-se com os corpos matéricos, não apreciam nem exigem o melhor, simplesmente vão-se contentando com a parafernália de brinquedinhos que aparecem nas prateleiras e vão colecionando tudo o que é dispensável; a colecção rara torna-se num desafio, que passa por escolher o necessário.
A defecação mental é apenas um tormento para aqueles que procuram conhecimento, os acomodados não se importam se sabem 5 ou 10 novidades (a não ser que se refiram ao jet set, aí tudo faz a diferença no saber).
Ainda vamos viver numa cultura pop por muito e mais tempo, talvez nunca acabe e também não haja grande solução, precisamos de um manifesto é isso ! um dois três algo de novo, algo de revolucionário que mude a mente, a razão sem sentimentalismos, que amolecem os acomodados felizes. Sim eles são felizes! Eles vivem na ignorância, do não saber o que é a razão, a verdade para eles é o seu mundinho enfadonho. Mas a razão é o mundo, a verdade é o todo e esse sim será (ou não) o limite um dia...

p.s. – não basta concordar... ai coitadinhos somos consumistas! SIM SOMOS ! ! há quem possa e há também quem não possa, não se trata de ter a mania trata-se de querer uma coisa em prol da outra... o consumo em vez da razão, isso é que é caso para dizer: ai coitadinhos somos pobres (mentalmente)!

Podemos também levar o consumismo até ao preconceito? Penso que sim... talvez a obcecação pela marca “x” será a maneira de ser aceite em qualquer lado. Talvez devêssemos também olhar aos nossos preconceitos avaliar-nos para depois avaliarmos os outros, este seria um acto de egoísmo viável e no entanto estamos tão ego-concentrados em nós (desculpem a redundância) em tantas outras coisas que este olhar para dentro nos incomoda.

Bem vou ter de acabar... com uma sugestão para o próximo tema: preconceito.


Red Ballloon *

Anónimo disse...

Olá Mariana...
É a primeira vez que leio os teus textos e te digo desde já que adorei ler todos eles.
Adorei a forma como tu conseguiste transcrever o teu pensamento em qualquer um dos textos que já escreveste.
De facto vivemos numa sociedade cada vez mais consumista e que não sei sinceramente onde iremos parar se continuar assim.
Gostei muito de ler e parabens pela tua forma de expressar e escrever.
Beijinhos

Anónimo disse...

A pobreza, no geral, é um mal que vem de opções desiguais tomadas em sociedade. Com isto não me quero alongar muito porque já sabes de que lado do "risco da areia", como disse o Cunhal, eu me posiciono :) A pobreza mental, como disseste, existe e está presente mas o que questiono é: quem ganha com ela e quem é que está interessada em que ela exista? Beijo e continua a escrever as tuas "ideias soltas" :)

Anónimo disse...

Infelizmente tens toda a razão!
Certas pessoas só se sentem bem com elas próprias se vestirem calças da marca X, t-shirts da marca Y e sapatos da marca Z. Porque, infelizmente, a nossa sociedade (principalmente os jovens) põe de parte as pessoas que não exibem o dinheiro (que muitas vezes nem possuem) na forma de vestir.
Mais uma vez muitas parabéns pelo teu magnifico texto!
Bjinhos

Anónimo disse...

Mariana:
Fiquei surpreendida com a lucidez e maturidade com que trataste um tema tão actual.Na verdade, e infelizmente, vivemos cada vez mais numa sociedade em que o "ter" e "parecer" são mais importantes do que o "ser". Resta-me a esperança de que haja muitos jovens a pensar como tu.
Parabéns. Um beijinho VC